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A Experiência como Valor Estratégico para Organizações em Saúde

18 de setembro de 2025

Autor: William Pereira | Sobre o autor: Clique aqui.

“Aqui a gente faz tudo certo, o problema é que o paciente não entende.”

Será que o Paciente realmente não entende? Ou será que nós, como instituições e profissionais, não conseguimos nos comunicar de forma clara?

Essa reflexão é importante porque, em qualquer setor, a Experiência é o que define se uma pessoa volta a confiar ou não em uma marca. E não estamos falando de “encantar”, mas do estabelecimento de uma relação com respeito, clareza, confiança e dignidade.

A Experiência do Cliente e do Paciente deixou de ser um diferencial para se tornar um dos principais vetores de crescimento e sustentabilidade em organizações de todos os setores, incluindo a Saúde. Evidências mostram que investir em Experiência impacta diretamente no crescimento, na lealdade, na reputação, no engajamento e no contexto assistencial, em segurança e desfechos clínicos.

A Experiência importa?

Nos últimos anos, a Experiência de Clientes e Pacientes ganhou status de eixo estratégico de gestão. Em setores competitivos, a Experiência é determinante para fidelização e crescimento. No Ecossistema da Saúde, a relevância é ainda maior: confiança, adesão ao tratamento e resultados clínicos estão diretamente conectados à Experiência vivida.

Experiência como fator de crescimento organizacional

Diversos estudos comprovam a relação entre Experiência e desempenho organizacional. De acordo com pesquisa conduzida pela Zendesk (2022), 64% dos líderes afirmam que atendimento e suporte impactam diretamente no crescimento das empresas.

Reichheld (2011), criador do Net Promoter Score (NPS), demonstrou em A Pergunta Definitiva 2.0 que empresas líderes nesse indicador crescem mais que o dobro em comparação com seus concorrentes.

Outros dados complementam esse cenário: 75% dos clientes estão dispostos a gastar mais em organizações que proporcionam boas experiências, enquanto 93% preferem empresas que não os obrigam a repetir explicações, valorizando comunicação clara e integrada (Zendesk, 2022).

Esses dados reforçam que a Experiência não é apenas um atributo intangível: é um motor real de crescimento sustentável.

Conceito de Experiência do Paciente

Na Saúde, a Experiência do Paciente é definida por Wolf et al. (2014), no Patient Experience Journal, como:

“A soma de todas as interações, moldadas pela cultura da organização, que influenciam a percepção do paciente através da continuidade do cuidado.”

Em outras palavras, não é apenas sobre uma consulta ou sobre a qualidade técnica de um exame, mas sobre tudo o que acontece entre um primeiro contato e o retorno para casa. Cada gesto, cada palavra, cada silêncio.

Essa definição traz três elementos centrais:

  • Integralidade das interações: do primeiro contato ao acompanhamento pós-cuidado.
  • Cultura Organizacional: pano de fundo que molda cada experiência.
  • Continuidade do Cuidado: elo estruturante da jornada.

Expectativas dos Pacientes no Brasil

Dados nacionais recentes aprofundam a compreensão sobre o tema. O estudo “Expectativas e Experiência do Paciente com os Cuidados em Saúde no Brasil” (The Beryl Institute; SOBREXP; SoluCX, 2024) identificou os principais fatores que moldam a experiência:

  • Comunicação clara e compreensível (79%)
  • Respeito e cortesia (72%)
  • Confiança nas habilidades profissionais (71%)
  • Valorização da dor do paciente (70%)
  • Escuta ativa e compreensão de preferências (68%)
  • Ambiente limpo e confortável (68%)

“É curioso perceber como, muitas vezes, corremos atrás de soluções complexas, quando, na verdade, o que o paciente mais deseja é simples: ser tratado como pessoa.” (William Pereira, 2025)

Esses achados evidenciam que a Experiência não é apenas técnica: ela integra comunicação, relação e ambiente, refletindo o Cuidado Centrado na Pessoa.

Valor organizacional da Experiência

A Experiência gera impacto além da satisfação. O Patient Experience Journal (2024) destacou que ela é vetor estratégico para:

  • Cultura institucional e clima organizacional
  • Engajamento de profissionais
  • Desfechos clínicos e segurança do paciente
  • Acesso e equidade
  • Fidelidade dos usuários
  • Sustentabilidade financeira
  • Reputação institucional
  • Excelência operacional

Assim, a Experiência atua como eixo integrador entre qualidade assistencial, resultados clínicos e sustentabilidade das organizações.

E qual é a melhor estratégia?

Mesmo assim, ainda é comum ouvir “Mas isso custa caro”.
De fato, criar uma recepção sofisticada, oferecer café especial ou implantar novas tecnologias envolve recursos. Mas a Experiência que mais importa não depende apenas de grandes investimentos. Depende de atitudes.

Um profissional que olha nos olhos.

Uma explicação clara que evita que o paciente saia com dúvidas.

Um ambiente limpo que transmite cuidado.

Essas ações não são custo: são investimento. E um investimento que retorna em forma de confiança, adesão ao tratamento, menos retrabalho, menos judicialização, mais lealdade e reputação positiva.

No fundo, tudo isso nos leva a uma pergunta simples, mas poderosa: 

“E se amanhã sua instituição fosse avaliada apenas pela Experiência que entrega, como ela seria lembrada?”

Os dados disponíveis evidenciam que a Experiência deve ser tratada como imperativo estratégico na Saúde. Não basta excelência técnica: são as interações humanas e a clareza da comunicação que constroem confiança e engajamento.

Investir em Experiência não representa custo adicional, é investimento com retorno mensurável em confiança, adesão, resultados clínicos e melhores desfechos. A Experiência conecta dimensões éticas (respeito, dignidade) a dimensões estratégicas (crescimento, lealdade, reputação).

O desafio maior está na transformação cultural das Instituições, que exige liderança consistente, engajamento multiprofissional e processos de monitoramento contínuo.

A Experiência é um pilar essencial para Instituições que desejam prosperar em um cenário competitivo e centrado na pessoa.

Compreender, medir e gerir a Experiência é um caminho inadiável para organizações que buscam excelência, sustentabilidade e relevância social.

Referências

  • Zendesk. Customer Experience Trends Report, 2022.
  • Reichheld, F. A Pergunta Definitiva 2.0. Elsevier, 2011.
  • Wolf, J. A. et al. Defining Patient Experience. Patient Experience Journal, 2014;1(1):7–19.
  • The Beryl Institute; SOBREXP; SoluCX. Expectativas e Experiência do Paciente com os Cuidados em Saúde no Brasil. Estudo Nacional, 2024.

  • Diagnóstico de Maturidade Institucional em Experiência do Paciente/Humana;
  • Escritório/Programa de Experiência do Paciente/Humana (Planejamento, Implantação e Consolidação);
  • Estruturas para Co-Design (Parceria no desenho da Estratégia, Soluções e Melhorias);
  • Métricas e Gestão de Experiência do Paciente/Humana;
  • Mapeamento e Otimização de Jornadas (Experiência & Eficiência);
  • Programa/Plano de Engajamento Institucional em PX.

Consultoria, Gestão em Saúde e Desenvolvimento de Pessoas.

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Trilhas Comportamentais (Desenvolvimento de Human Skills)

  •       Comunicação Centrada no Paciente
  •       Escuta Ativa e Empatia
  •       Decisão Compartilhada
  •       Comunicação Centrada na Relação
  •       Disclosure (Eventos Adversos)
  •       Resgate de Serviço (Reclamações)
  •       Feedback Efetivo
  •       Gestão de Conflitos
  •       Trabalho em Equipe
  •       Liderança
  •       Criatividade

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