ConectaExp

Blog ConectaExp:

Conecte-se com o melhor conhecimento!

Letramento em Saúde: A Nova Fronteira da Inclusão e da Experiência do Paciente

26 de outubro de 2025

Acesso à informação é o básico. Mas, para transformar a Experiência em Saúde, precisamos de algo muito maior: garantir que o paciente não apenas receba informação, mas que realmente as compreenda, se engaje e assuma o protagonismo do próprio cuidado.

A pergunta que não quer calar: Seus pacientes entendem o que você diz?

Pense por um momento: se a sua Instituição fosse avaliada hoje apenas pela clareza e acessibilidade das informações que entrega aos pacientes e familiares, qual seria a nota?

A resposta, honestamente, pode ser mais dura do que imaginamos. Um estudo recente da Economist Impact (2024) trouxe um dado que incomoda: menos de 30% das pessoas no mundo se sentem realmente bem informadas sobre saúde. E quando o assunto é saúde mental, rastreios preventivos ou uso de substâncias, esses números despencam.

Fonte: https://impact.economist.com/projects/health-inclusivity-index/documents/Health_inclusivity_index_removing_barriers_through_health_literacy.pdf

Não estamos apenas diante de uma barreira de acesso. Estamos em meio a uma crise de compreensão.

O que é Letramento em Saúde e por que ele é importante?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Letramento em Saúde como a capacidade de “acessar, compreender e usar informações de saúde para promover e manter a boa saúde”.

O relatório da Economist Impact, apoiado pela Haleon, analisou 40 países e foi claro: baixos níveis de letramento não são só um problema de saúde, mas um desafio global que resulta em desfechos clínicos piores e custos sociais altíssimos.

Pessoas com maior letramento em saúde:

✔ Procuram cuidado preventivo com mais frequência
✔ Participam ativamente das decisões de saúde
✔ Têm menos reinternações e maior adesão ao tratamento
✔ Confiam mais nos profissionais e no sistema

Principais Destaques Globais

Estes são os pontos de maior relevância que o estudo aponta em escala mundial:

– Acesso Limitado à Informação: Menos de uma em cada três pessoas (29%) sente que tem acesso adequado a informações sobre tópicos de saúde importantes. As maiores lacunas de informação estão nas áreas de uso de álcool, tabaco e drogas (24%), saúde mental (23%) e exames preventivos (22%).

– Disparidade entre Política e Prática: Há uma grande diferença (36 pontos) entre as políticas de Letramento em Saúde que existem no papel e a experiência vivida pelas pessoas, indicando que os esforços não estão chegando à população de forma eficaz.

– O Impacto do “Abismo Digital”: O acesso à internet é um “super determinante social da Saúde”. Indivíduos com acesso diário à internet têm, em média, 13 pontos percentuais a mais de probabilidade de sentir que têm acesso a informações de Saúde úteis e confiáveis.

– Diferenças Geracionais nas Fontes de Informação:

  • As gerações mais jovens, como a Geração Z, estão recorrendo massivamente às redes sociais. Quase metade (44%) dos entrevistados da Geração Z usa as redes sociais para obter informações de Saúde.
  • Um dado alarmante é que 17% da Geração Z e 14% dos Millennials confiam nas redes sociais para obter informações de Saúde, mas não em seus médicos. Isso expõe esses grupos a um risco muito maior de desinformação.

– Empoderamento do Paciente: O acesso a informações confiáveis, especialmente de profissionais de Saúde, está diretamente ligado ao empoderamento do paciente. 67% das pessoas que confiam em seus médicos se sentem capacitadas para tomar decisões compartilhadas sobre sua saúde, em comparação com apenas 44% daquelas que não confiam.

O paradoxo brasileiro: conectados, mas ainda desinformados

O relatório dedica um olhar especial ao Brasil, comparando a realidade de áreas urbanas (pesquisa digital) e rurais (pesquisa presencial). As descobertas são extremamente relevantes para o contexto nacional:

  • Fontes de Confiança: A Força da Comunidade no Brasil Rural

A diferença mais importante não é o acesso à tecnologia, mas a fonte da crença. Moradores rurais confiam, de longe, mais em fontes humanas e comunitárias.

  • Eles são 18% mais propensos a citar o médico como fonte confiável.
  • E impressionantes 23% mais propensos a confiar nos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do que os moradores de cidades grandes.
  • O público urbano, por outro lado, usa mais sites e fontes online, o que o torna um alvo mais fácil para a desinformação das redes sociais.

Aqui está o paradoxo: a diferença no acesso à internet entre as áreas urbanas (95%) e rurais (83%) foi de apenas 12 pontos. A conclusão? A preferência do morador rural por profissionais locais não é por falta de internet, mas por uma confiança profunda nas redes de apoio comunitárias.

Implicações para a Saúde no Brasil:

Esses dados reforçam a importância estratégica do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente da Estratégia Saúde da Família e do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são a ponte de confiança e informação para milhões de brasileiros em áreas remotas.

Para a Comunicação em Saúde no Brasil, uma abordagem “única”, não funciona. Precisamos combater a desinformação digital nas capitais e, ao mesmo tempo, investir no fortalecimento do vínculo humano e na capacitação dos profissionais que estão na linha de frente.

Informação não é cuidado. Mas sem informação, o cuidado falha.

A Experiência do Paciente, aquela que nos faz sentir cuidados de verdade, começa muito antes de a gente se sentar na maca.

  • Um profissional que explica algo de forma clara não está apenas informando, ele está construindo confiança.
  • Um paciente que compreende o seu caminho não é um peso, é um parceiro ativo que adere melhor e tem desfechos clínicos superiores.
  • Uma equipe que investe em como se comunica, está investindo em conexão e no futuro do cuidado.

Na ConectaExp, temos visto isso na prática em Instituições públicas e privadas de todo o país. Quando as equipes desenvolvem habilidades humanas e de comunicação, a jornada de cuidado muda para todos os envolvidos.

Como transformar o cenário?

O relatório propõe 4 caminhos.

  1. Conteúdo que Educa e Diverte (Edutainment)

Nem tudo precisa ser formal e impresso. Usar vídeos curtos, podcasts, e-mails diretos ou histórias reais nas redes.

A ConectaExp aposta nessa abordagem, histórias que tocam, com base técnica sólida. É o que inspira projetos como o podcast “Histórias que Conectam”.

  • Valorizar as redes comunitárias

Em áreas aonde a internet não chega ou não é usada, quem faz a diferença são os profissionais de campo: enfermeiros, agentes comunitários, lideranças locais.

É hora de reconhecer e investir na capacitação em Human Skills desses profissionais da Atenção Primária.

  • Investir em Comunicação acessível e Centrada na Pessoa

Formulários difíceis, termos técnicos e pouca escuta só aumentam a desinformação.

Comunicação clara e assertiva auxilia as equipes a se conectarem de verdade com quem cuidam, promovendo vínculo, clareza e empatia.

  • Ensinar a pensar criticamente sobre o que se lê e escuta

Hoje, todos buscam informação. O desafio é: como saber o que é confiável? Ensinar pensamento crítico é parte do cuidado.

Capacitações sobre comunicação digital responsável e letramento digital também fazem parte de programas que podem ser oferecidos pelas Instituições que integram o Ecossistema de Saúde brasileiro.

O futuro da Experiência do Paciente passa pelo Letramento em Saúde

Experiência não é só sobre ser bem tratado. É sobre ser compreendido, sentir-se capaz e participar ativamente do cuidado.

Promover Letramento em Saúde é promover equidade, empoderamento e sustentabilidade para os sistemas de saúde.

E se sua Instituição fosse lembrada por ser um lugar onde todos entendem o que está acontecendo com sua Saúde?

E se o cuidado começasse com uma escuta, seguisse com uma explicação clara, e fosse guiado por decisões compartilhadas?

Investir em Letramento em Saúde não é luxo. É estratégia, é cuidado, é respeito.

Na ConectaExp, acreditamos que Comunicar é cuidar.
E cuidar bem é ensinar, empoderar e, acima de tudo, transformar.

  • Diagnóstico de Maturidade Institucional em Experiência do Paciente/Humana;
  • Escritório/Programa de Experiência do Paciente/Humana (Planejamento, Implantação e Consolidação);
  • Estruturas para Co-Design (Parceria no desenho da Estratégia, Soluções e Melhorias);
  • Métricas e Gestão de Experiência do Paciente/Humana;
  • Mapeamento e Otimização de Jornadas (Experiência & Eficiência);
  • Programa/Plano de Engajamento Institucional em PX.

Consultoria, Gestão em Saúde e Desenvolvimento de Pessoas.

Conecte-se.

  • Diagnóstico de Maturidade Institucional em Experiência do Paciente/Humana;
  • Escritório/Programa de Experiência do Paciente/Humana (Planejamento, Implantação e Consolidação);
  • Estruturas para Co-Design (Parceria no desenho da Estratégia, Soluções e Melhorias);
  • Métricas e Gestão de Experiência do Paciente/Humana;
  • Mapeamento e Otimização de Jornadas (Experiência & Eficiência);
  • Programa/Plano de Engajamento Institucional em PX.

Trilhas Comportamentais (Desenvolvimento de Human Skills)

  •       Comunicação Centrada no Paciente
  •       Escuta Ativa e Empatia
  •       Decisão Compartilhada
  •       Comunicação Centrada na Relação
  •       Disclosure (Eventos Adversos)
  •       Resgate de Serviço (Reclamações)
  •       Feedback Efetivo
  •       Gestão de Conflitos
  •       Trabalho em Equipe
  •       Liderança
  •       Criatividade

Consultoria, Gestão em Saúde e Desenvolvimento de Pessoas.

Conecte-se.

Conheça nossos
cases de sucesso.

Artigos Relacionados

Destaques do Blog

Gostou desse conteúdo? 
Selecionamos outros artigos ricos, para que você aprenda mais sobre esse e outros assuntos que vão agregar ainda mais valor aos seus conhecimentos em Gestão da Saúde.

Ouça agora nosso podcast Histórias que Conectam: